terça-feira, 4 de junho de 2013

Estante de Pandora - Lolita

Lolita é o apelido de Dolores Haze, personagem pré-adolescente do livro homônimo de Vladimir Nabokov. O livro, lançado em 1955, causou polêmica pelo assunto, que é tabu até os dias de hoje, a pedofilia. Narrado em primeira pessoa, Lolita conta a estória do relacionamento entre o professor francês Humbert Humbert e sua enteada, a Lolita do título.

Humbert conhece Lolita quando muda-se para a casa de sua mãe, com quem acaba se relacionando e, posteriormente, se casando. Mas, seu objeto de desejo passa a ser a garota a quem ele define como uma "nifeta" (termo inaugurado nessa obra). É impossível ficar indiferente ao livro, que é narrado como uma espécie de relato ao juri, já que Humbert está na cadeia. Mas, também é difícil acreditar que Humbert é o único culpado pela situação. Dolores, cujo apelido ganhou uma conotação sexual para definir "meninas", também tem sua parcela de culpa.

Obvio que Humbert como adulto da situação deveria ter resistido. Mas, Lolita não fica atrás. Ela sabe que Humbert é marido de sua mãe mas, mesmo assim, passa a provocá-lo. Ela seduz, sente atração por ele e age sensualmente em sua presença. Humbert está errado. Mas Lolita também tem sua parte de culpa e quando se cansa da "brincadeira" e se dá conta do que está acontecendo passa a agir como criança mimada e birrenta, até conseguir se livrar de seu "algoz".

O livro é um clássico que já ganhou duas adaptações para o cinema mas, eu confesso que o achei pesado e difícil de ler, tendo ficado irritada com ambas as partes, oras com Humbert, ora com Dolores que, como eu já disse, não tem nada de inocente.

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