terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Estante de Pandora - Juliana (O Primo Basílio)

Sabe aquela história de que o culpado é o mordomo? Então, em "O Primo Basílio", de Eça de Queiroz, essa máxima é mais ou menos verdade. Só que, nesse caso, a culpada é a empregada. Não que Juliana, a criada em questão, tenha cometido um crime grave, matado alguém ou coisa assim. Mas, é bem verdade que ela atormentou a vida de sua patroa, Luisa.

Juliana, de longe a personagem mais elaborada da trama, tinha por volta de quarenta anos. Era magra, feia, tinha a pele amarelada devido a uma doença no coração, olhos grandes e encovados, era virgem e solteirona. Ela odiava a condição de empregada que já a acompanhava há mais de vinte anos e faria qualquer coisa para conseguir dinheiro e se livrar do emprego.

E a oportunidade certa chega quando ela descobre que Luisa mantém um caso extra-conjugal com Basílio. Ela consegue pegar as cartas dos amantes e passa a aterrorizar a patroa que acaba conseguindo recuperá-las. Mas, até esse ponto, Juliana faz tudo para infernizar Luisa e, no final das contas, nenhuma das duas tem um "final feliz", já que ambas acabam morrendo.

Entretanto, os "apelidos carinhosos" dados a Juliana ao longo da trama servem bem para dar a dimensão do "prazer" que deveria ser estar ao seu lado: tripa velha, isca seca, fava torrada ou saca rolhas. Ela era egoísta, individualista e nunca mediu esforços para conseguir o queria e, por isso, acabou ganhando seu espacinho aqui no Malvadas.

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