terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Outra Face - Elogio às Malvadas (Por Alexandre Cruz Almeida)

(Obs.: para ver as fotos de cada uma das malvadas, acesse o site do autor, o link está no final do texto.)

Eu confesso: amo as mulheres más. Desde pequenininho. Eu me apaixonava pela Madrasta Má e pela Mulher-Gato. A Bat-Moça, que todos meus amigos amavam? Eu achava super sem-graça. She-ra e Teela? Meu tesão eram Maligna e Felina.

Me lembro (puxada do fundo do baú) de perguntar pra minha mãe porque eu sempre ficava com vontade de ir ao banheiro quando via a Mulher-Gato. Sério. Nessas palavras. É que eu associava meu cotoquinho duro com vontade de mijar.

Achava que era um modo do meu corpo me avisar que eu precisava tirar uma água do joelho.

Mas por que, raios, sempre na hora do seriado do Batman e justo quando aparecia aquele (literalmente) mulherão-gato de quase dois metros de altura?

Amo femme fatales, mulheres poderosas e perversas, vilãs sádicas e sarcásticas.
De vez em quando leio blogs de meninas dark, que se dizem bad girls, e já fico mezzo-interessado, mezzo-cético. Será que são mesmo? Meninas podem ser incrivelmente perversas. Mas, como descobri a duras penas na adolescência, as meninas dark e misteriosas raramente são sensuais e malvadas, quase sempre apenas revoltadas, complexadas e complicadas.

Além disso, o termo "bad girl" foi deturpado. Hoje em dia, heroínas como Lara Croft e Witchblade são rotuladas de bad girls só porque são fortes e decididas. É verdade. Uma mulher forte e decidida é uma delícia. Mas elas não são más. São heroínas, boazinhas, querem salvar o mundo. Essas não me interessam.
Amo Hera Venenosa, sempre tramando exterminar a raça humana e substituí-la por plantas. Não pensa nas criancinhas do mundo, não quer saber de nada, só da satisfação dos seus objetivos.
Tem um plano e vai em frente. Adoro também seus beijos venenosos: ela domina a vontade dos homens e os transforma em escravos, somente para depois descartá-los.

Na imagem, depois de escravizar Robin, ela faz com que ele massageie seus pés.

Logo depois, tenta matá-lo, mas infelizmente não consegue.

As vilãs são egos sem super-egos. Nada mais sexy do que uma mulher linda, inteligente e poderosa que sabe que é linda, inteligente e poderosa. Ela não liga para mais ninguém. A felicidade dos outros, até mesmo suas vidas, tudo irrelevante. Homens? Ferramentas, pra ser usados e jogados fora. Só quer saber mesmo dos seus planos, do seu prazer, da sua felicidade.
E eu, que sou pedólatra assumido, amo os belos pés das mais malvadas vilãs. Adoro aqueles filmes de época, com rainhas parcamente vestidas, cercadas de escravos plácidos, tomando reinos, conquistando países, executando sumariamente seus inimigos.

E me vejo aos pés da perversa, lambendo seus dedinhos enquanto ela conquista o mundo. Ou seu escravo sexual, para uma noite de ardente prazer e, depois, aos leões.

Nada disso é real, claro. Nada disso poderia ser real. A vilã dos meus sonhos é um monstro sem limites da qual eu só quero distância.Mas continuo sonhando com ela, pois não temos controle sobre os sonhos.

Não há jeito: minhas mais profundas e antigas fantasias sexuais sempre incluem vilãs perversas, rainhas malvadas, mulheres assassinas e diabólicas.
Não tenho vocação pra vítima. Sou mais para cúmplice cínico e descartável. Mas, quase sempre, com vilãs de verdade, o cúmplice cheio de tesão acaba vítima.

Não tem jeito. Quem mexe com fogo, é pra se queimar. Como se envolver com mulheres perversas e não acabar queimado? Alexandre, ela diz, com sua voz aveludada e doce, acho que não preciso mais de você... E pronto, já era eu.

Quanto mais perversa, egocêntrica e psicopata, mais eu me excito. Essa é a minha doença.
Uma das últimas grandes vilãs do cinema foi a Xenia Onatopp, interpretada por Famke Jannsen, em 007 Goldeneye (1995). Quem lembra? Ela matava os homens esmagando-os entre suas coxas - e sentia prazer sexual nisso. Na melhor cena, ela está em um trem, com o vilão-mor, e vê Bond vindo em sua direção com um carro, e ela diz, com um sorriso totalmente psicótico: "Ele vai nos descarrilhar!" É difícil descrever a cena. O que chama a atenção é que ela é tão psicopata, tão louca que mesmo o herói descarrilhar o trem onde ela está é uma fonte de prazer, só pelo caos que isso vai causar. Tesão. Olhem o seu lábio mordido na foto abaixo, de puro prazer de matar.

O que define uma pessoa malvada?

Afinal, o que é bom pra um é mau para outro. Todos nós fazemos pequenas crueldades no dia-a-dia. Coisas que não pensamos que são maldades, mas que são vistas como tal.

A malvada é a pessoa que pratica essas pequenas maldades conscientemente, sabendo e pensando que são maldades, e por puro prazer. Como a Clarice, por exemplo.

A História de Clarice

Ao lado, uma das minhas cenas preferidas: o, digamos, rompimento entre o Superboy e a Nocaute, uma vilã com quem ele saiu por algum tempo.

Ele começa jogando na cara dela todas as maldades que ela fez, e ela responde: “Acorda! Eu sou má. Sempre fui má. Você me quer porque eu sou má.

Então, por que fica surpreso quando faço maldades? O que nós tivemos não foi amor, cachorrinho, foi diversão, mas a diversão acabou. Que pena. Acho que nunca mais vou encontrar um cachorrinho tão bom...”
A Nocaute, como boa vilã, entende bem do que está falando. É fatal se apaixonar pelas malvadas. Podemos nos divertir, transar, morrer de tesão, ficar fascinados, até ter curiosidade antropológica, mas amor, não. Eu já me envolvi com muitas mulheres erradas e erradíssimas, e consegui escapar inteiro. Me segurei, não me apaixonei.

Clarice era uma menina bem malvada. Ela gostava de ser cruel, sacanear os outros, inventar histórias, torturar os homens. Vamos ser honestos: são todas coisas relativamente normais, que todo mundo faz. Eu a considero uma pessoa cruel pois fazia tudo isso conscientemente, tinha um prazer concreto nas pequenas crueldades do dia-a-dia e ficava muito excitada de ver que eu me excitava por isso, e eu ficava excitado de ver como ela se excitava de ver que eu me excitava e ela, enfim, eu tinha 19 e ela 17, vocês sabem onde isso vai acabar.

Eu nunca me apaixonei por ela, mas ela teve uma paixonite por mim, da qual se curou rápido. Depois do caso, passamos a ser bons amigos e cúmplices. Sim, cúmplices, pois eu estimulava ao máximo esse seu lado cruel. Ela me mostrava as cartas que outros homens lhe mandavam (é, na era mesozóica ainda não havia e-mail), contava das torturas que infligia. Coisas bobas, mas perversas e prazerosas.

Dava o máximo de bola pra um cara inexperiente que estava meio apaixonado por ela e marcava de sair com ele no dia seguinte. Aí, viajava por seis meses.

Ela me contou isso às mil gargalhadas e ainda me escrevia da viagem, fazia questão de saber como ele estava. Coitadinho, inocente e apaixonado, ficou mal, mal de verdade. A graça era justamente essa: quanto mais fudido, maior era o prazer dela. Pra mim, nada pode ser mais sexy do que isso. Era assim que seu cérebro funcionava: vou viajar seis meses, como é que eu posso fazer pra unir isso a alguma sacanagem?

Não duvido que ela deve ter tentado me sacanear, mas eu estava meio fora do alcance dela: cínico, indiferente e não-apaixonado. O máximo que podia fazer contra mim era espalhar histórias ou, pior, espalhar verdades, mas sabia que nunca me importei com a minha reputação. Eu me masturbava ao telefone ouvindo essas histórias e, algumas vezes, ela achava que isso era lindo, outras, nojento, mas, no fundo, adorava saber que eu a entendia e que, ainda por cima, isso me excitava.

Hoje, está mais velha e mais madura. Não acredito que perdeu o gosto pela maldade, mas deve estar em um outro nível, já não divide essas coisas comigo. É uma pena.

Em suma, amei a malvada, fui seu cúmplice e não me queimei. Foi perfeito.

Aliás, só não foi perfeito (ou talvez foi perfeito justo por isso) porque ela não deixava eu beijar seus pés.

Não adiantava eu argumentar que fazer um homem lamber seus pés era algo super malvado.

Ela sabia que eu queria muito e tinha prazer físico em não me dar. Era sua única maldade comigo.

Engraçado. Todas as mulheres com quem já tive algum relacionamento tinham um quê de malvada. A maioria, só na fantasia. Eram fetichistas, sabiam que eu era pedólatra, gostavam de fantasiar, interpretar papéis. A Paula, por exemplo, tinha o maior prazer em se imaginar Cleópatra, me obrigar a lamber seus pés e me jogar aos crocodilos depois do sexo – e eu achava isso super sexy. Mas não eram mulheres cruéis.

Clarice foi a única mulher realmente cruel que conheci, mas também a mais baunilha, a mais feijão-com-arroz. Não tinha fetiches nem taras, nem gostava de fantasias.

Era autêntica.

Negra Malvada

A última vilã pela qual me apaixonei foi a feiticeira Karaba, do desenho "Kirikou e a Feiticeira" (França, 1998). Pra quem não conhece, é um desenho animado longa-metragem todo passado no interior da África, em época não definida, sem nenhuma participação de brancos.

A história é simples: uma aldeia está sendo assolada e escravizada por uma terrível (e bela, e sexy) feiticeira, Karaba.

Uma das crianças da aldeia, Kirikou, resolve encontrar a feiticeira e resolver só uma dúvida: por que ela é tão malvada? E pronto, aí está o filme.

Vi esse filme no começo de julho, quando estava escrevendo a Prisão Preconceito e imerso em cultura e raça negra. E foi muito apropriado que passei aquela semana totalmente atarantado, fascinado e cheio de tesão pela bela e perversa feiticeira negra Karaba.

Reparem no visual da feiticeira. Pra começar, ela é cheia de bijuterias e badulaques, algo que eu amo. Deve ter sido dificílima de animar pois, a cada movimento, diversos brincos, colares e pingentes balançam de cá pra lá. Da cintura pra cima, ela está praticamente nua, exceto por jóias.

Reparem, que delícia, o círculo de jóias ao redor dos seus bicos do peito. O contraste do negro com dourado fica ainda mais pronunciado em comparação à sua saia multicolorida. Lá embaixo, claro, seus pés estão descalços.

Os homens que foram lutar contra Karaba nunca mais voltaram. Na aldeia, sobraram só as mulheres e, mesmo assim, malvada e vaidosa, Karaba envia seus asseclas para irem à aldeia e tomarem até mesmo as últimas jóias que as mulheres tinham escondido no chão das casas.

Convenhamos, meninas: as jóias ficam muito mais bonitas em Karaba.

Quando Kirikou, somente uma criança, começa a se aproximar demais, Karaba ordena que ele seja morto. Ela não quer saber se é criança ou não, isso pra ela não faz diferença.

Está atrapalhando seus planos, que acabem com ele. E eu de pau duro.

Por fim, como Kirikou é muito esperto, nada dá certo e, num momento de fúria muito sensual, a feiticeira decide que ela mesma vai acabar com o garoto metido.

Depois de muito filme, Kirikou acaba se entendendo com a feiticeira e a pede em casamento.

Ela ri, até gostaria, pois aprendeu a respeitá-lo, mas ele é uma criança.

Ele implora então somente um beijo e ela aceita. Através da mágica dos desenhos animados, ele cresce, vira um homem grande e bonito e desposa Karaba, a feiticeira perversa que, até ontem, assolava vilas, destruía guerreiros, roubava jóias de pobres mulheres e, last but not least, tentava até matá-lo.

Puxa, fiquei pensando: o cara que fez o filme teve as mesmas fantasias que eu quando era moleque. Ou será que fui o único menino que sonhava em crescer em um estalo para poder casar com aquelas mulheronas que amávamos?

O único lado ruim é que a feiticeira fica boazinha.

Por mim, ela iria pilhar e dominar outras paragens, comigo sempre ao seu lado, cheio de tesão de vê-la conquistando, escravizando e torturando.

Negras e Malvadas

Li no jornal outro dia que uma atriz negra será protagonista de uma das próximas novelas da Globo e como isso era uma grande conquista blá blá blá. Que esse negócio de primeiro negro na Suprema Corte, primeira negra mocinha de novela, etc, é racismo enrustido, isso eu já disse na Prisão Preconceito.

Mas sabem quando eu vou saber mesmo que o preconceito, se não acabou, está nas últimas? Quando eu vir grandes vilões negros. Até nos Estados Unidos, os negros já são heróis mas raramente vilões.

No Brasil, o medo é tanto que se um dramaturgo colocar um negro de vilão, vai todo mundo cair de pau.Pior vai ser quando o herói branco for xingá-lo: vão invocar até a Lei Afonso Arinos em defesa do facínora.

Ele só chamou o vilão de cachorro porque ele é negro! Vamos queimar a Globo! E o autor argumenta: mas se o vilão fosse branco, ele também chamaria o vilão de cachorro! Aliás, o xingamento mais associado aos negros é macaco e... Porrada no autor: você também! Você também! Viu? Viu? Enfim...

Sonho com o dia em que ligar a televisão e ver Thalma de Freitas, minha musa, interpretando uma mulher absolutamente perversa e sem escrúpulos, fazendo os homens de gato e sapato e se aproveitando de todos.

E os outros personagens vão poder xingá-la de negra malvada ou cachorra ou megera sem medo de processos judiciais e ela vai rir na cara deles e continuar fazendo crueldades até o fim da novela.

Ai, ai.

Outras Malvadas

Pra encerrar esse assunto tão gostoso, fiz um pout-pourri das melhores malvadas da ficção.

Outro dia, tinha a tarde livre e desfrutei de uma dose dupla de vilãs no cinema. Demi Moore não valeu a pena As Panteras, mas a Eris, a perversa deusa do caos acima, foi a melhor coisa do novo filme do Sinbad.

Como bom pedólatra que sou, amo especialmente as vilãs que usam seus pés para humilhar ainda mais o herói. Por exemplo, reparem nos balões das imagens abaixo, eles são os melhores.

O Super-Homem é campeão de ser humilhado por belas vilãs. Essas duas imagens estão entre as minhas preferidas de todos os tempos, não só pelo desenho, mas pelo texto e pela pedolatria explícita.

Na primeira, a vilã Safira Estrela está dizendo: "Eu ordeno que beije minha bota, Super-Homem! Deixe o mundo inteiro ver que você virou meu escravo!"

Na segunda, a vilã está dizendo: “Não brinque comigo, cachorro! Pro chão! Pro chão! De joelhos diante de sua senhora! Por ter tentado me enganar, você vai rastejar aos meus pés! Eu vou rasgar sua alma em pedaços... até que você implore pela morte!” É ou não é uma pessoa maravilhosa? Quem não gostaria de apresentar uma namorada dessas pra mãe?

Pra encerrar esse assunto tão gostoso, fiz um pout-pourri de algumas das melhores malvadas da ficção.

Tetra, uma vilã menor das histórias do Conan, também gostava de fazer seus asseclas adorarem suas botas enquanto sonhava o que fazer com Conan quando o pegasse.

Melhor do que fazer os heróis adorarem seus sapatos, eu amo as vilãs que, além de extremamente más, ainda andam descalças por aí.

Uma das melhores é a Abelha-Rainha, da Liga da Justiça. Na belíssima pose abaixo, com os pés pra cima, ela está lamentando que um lacaio que ameaçou de morte caso não fizesse alguma tarefa de fato conseguiu fazer a tarefa. Raios!"Parece que o Dr.Fillmore vai ver outro nascer-do-sol.

É uma pena. Eu adoro uma boa execução!" Eu quase posso ouvir sua voz dizendo isso, misto de enfado e sexy crueldade.

Outra clássica é a Dra. Cyber, inimiga da Mulher-Maravilha na década de 60. Aqui, ela está mostrando sua fortaleza do mal a Steve Trevor e está sendo bem sincera: primeiro eles vão jantar juntos, civilizadamente, e depois ela vai matá-lo.

Não só ela vai acabar com ele, isso é óbvio, como não?, mas ela quer que ele saiba disso, e tem prazer em comentar o assunto de forma leve, como se não fosse nada demais.

E, claro, pra ela, não é nada demais. Essa é uma das coisas mais sensuais que as vilãs gostam de fazer, jogar casualmente no ar os destinos que terão suas vítimas e ficar só degustando os resultados, o medo, a ansiedade.

Reparem como a doutora está à vontade em sua fortaleza do mal, descalça e tudo, vestindo só um saronguezinho.

Eu não consigo deixar de pensar como o chão, aparentemente metálico, deve estar geladinho e gostosinho nas solas da Dra. Cyber.

Será por isso que ela anda descalça?

Essa pose é particularmente sexy, eu amo sarongues, adoro ver pernas aparecendo assim furtivamente e o detalhe da tornozeleira de pérolas mostra que alguém era muito fetichista naquela editora.

Uma das minhas favoritas.

Lullaby hipnotizava homens para fazerem suas vontades e depois mandava que cometessem suicídio. Essa é uma característica comum de todas as vilãs que usam algum tipo de poder (mágico, hipnótico, sensual) para controlar as mentes e vontades dos homens.

O que acho especialmente sexy, claro, é que como elas controlam as mentes dos homens, poderiam mandar que esquecessem tudo, mas isso não seria nem um pouco divertido. Legal é ver alguém se matando por um capricho delas.

No meio tempo, gostava de se cercar de belos rapazes e fazer com que eles massageassem e beijassem seus pés. Ela nem precisaria me pedir duas vezes.

Circe e Morgana Le Fey são algumas das mais perversas vilãs da DC (e do inconsciente humano) e estão sempre descalças. Infelizmente, nunca fizeram ninguém beijar ou lamber seus pés: não sabem o que estão perdendo.

Uma coisa particularmente boa dessa dupla é que elas estão sempre a disposição de qualquer escritor sem imaginação que precise de uma bruxa malvada em sua história e, por isso, vivem aparecendo em por aí.

Outro dia, Luana Piovani estava aprontando no Sítio como Morgana Le Fey. Ela ser bonita é o de menos: moro no Rio, mulher bonita a gente espanta com um pedaço de pau.

Fico impressionado é com o seu carisma e sensualidade. Como malvada, então, é covardia. Obviamente, acabou derrotada pela Emília.

Ê bonequinha intrometida.

Muitas vezes, as vilãs, além de diabólicas e perversas, ainda tem poderes mágicos e uma imaginação cruel. E eu confesso que uma das minhas fantasias é ser encolhido por uma dessas vilãs malvadas, para fins inenarráveis.

Desde ser enfiado em lugares íntimos (como no último filme do Almodóvar) até ser forçado a beijar e lamber os seus agora enormes pés.

Por fim, como as vilãs cansam fácil, ela me colocaria no chão e me pisaria como se eu fosse uma baratinha. É a união de duas fantasias: a mulher absolutamente perversa usando seus pés para fazer maldades. O que vocês acham?

Outro que tem fetiche na veia é o Glauco Cruz, ilustrador de O Globo. Toda segunda-feira eu abro ansioso o Caderno de Informática do Globo para ver suas sempre absurdamente belas mulheres. Como é que deixam esse homem publicar essas coisas em um jornal de família? Eu juro que fico perplexo, mas estou achando ótimo. Essa imagem ao lado é das minhas preferidas. Recomendo esse clube no Yahoo, onde algumas de suas melhores ilustrações podem ser encontradas.

Por fim, eu sempre achei o Spy vs Spy da Revista Mad um saco, mas adorava quando aparecia a Dama de Cinza. Era perfeito: os dois spys bobões eram apaixonados por ela e ela não tinha pena nenhuma, usava aquele amor deles para melhor acabar com eles.

Nessa cena, ela aparece deitada com os dedinhos dos pés enroscados numa rede. Como bom pedólatra, também amo ver pezinhos assim, em movimento, os dedinhos fazendo alguma coisa.

Não conto essas coisas à toa. Não tenho prazer em chocar nem em me mostrar. Mas tenho prazer em desentocar iguais. Não me interessa quem vai achar isso tudo um absurdo.

Quero saber que outros homens sentem coisas assim. Quero saber suas histórias de vida. Já tentaram realizar isso? Já se queimaram ao lidar com as mulheres perversas da vida.

Mais do que tudo, quero também conhecer as mulheres. Você tem prazer em ser, ou em se imaginar, má, perversa, poderosa? Como é isso? Tem vergonha desses impulsos? Às vezes cede a eles? Já realizou isso com algum homem?

Me escrevam, vamos conversar. É assim que a gente se conhece, se entende, se realiza.

Esse texto foi publicado originalmente, em Agosto de 2003 no site: http://www.sobresites.com/alexandrecruzalmeida Quer ver como é o texto com as fotos de cada uma dessas malvadas? Dê uma passadinha por lá.

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