terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Outra Face - Malleus Malleficarum - O Martelo das Feiticeiras

O Malleus Malleficarum, escrito pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger em 1484 foi, durante quatro séculos, manual oficial da Inquisição para a caça às bruxas. Milhares de mulheres foram torturadas e mortas segundo suas instruções, num dos episódios mais sangrentos da história. E, como não poderia deixar de ser, num documento dedicado a "explicar" como e por que as mulheres pactuavam com o demônio existem, também, algumas passagens dedicadas à maldade feminina, segundo a concepção dos autores e suas fontes. Nós selecionamos algumas das mais ilustrativas.

"Da perversidade das mulheres fala-se no Eclesiástico, 25: "Não há veneno pior que o das serpentes; não há cólera que vença a da mulher. É melhor viver com um leão e um dragão que morar com uma mulher maldosa." E entre o muito que, nessa passagem escriturística se diz da malícia da mulher, há uma conclusão: "Toda malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher." Pelo que S. João Crisóstomo comenta sobre a passagem "É melhor não se casar" (Mateus,19): "Que há de ser uma mulher senão uma adversária da amizade, um castigo inevitável, um mal necessário, uma tentação natural, uma calamidade desejável, um perigo doméstico, um deleite nocivo, um mal da natureza, pitado de lindas cores. Portanto, sendo pecado dela divorciar-se, conviver com ela passa a ser uma tortura necessária: ou cometemos o adultério, repudiando-a, ou somos obrigados a suportar as brigas diárias." Diz Cícero no segundo livro da sua Retórica: "A lasciva multímoda dos homens leva-os a um só pecado, mas a lascívia unívocadas mulheres as conduz a todos os pecados; pois que a raiz de todos os vícios da mulher é a cobiça." E Sêneca no seu Tragédias: "A mulher ou ama ou odeia. Não há meio-termo. E as suas lágrimas são falazes, porque ou brotam de verdadeiro pesar, ou não passam de embuste. A mulher que solitária meditano mal.""

(...)

"E a respeito de sua outra qualidade mental, qual seja, a sua vontade natural, cumpre dizer que, ao odiar alguém que antes amava, passa a agitar com ira a impaciência toda a sua alma, exatamente como a força da maré a ondular e a agitar os mares. Muitas autoridades fazem alusão a essa causa. Eclesiástico, 25: "Não há cólera que vençaa da mulher." E Sêneca (Tragédias, VIII): "Nem labaredas sinistras, nem ventos assoladores, nem armas mortíferas: nada há de mais temível que a lascívia e o ódio de uma mulher repudiada do leito matrimonial.""

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"(...) Vemos sobre ponto o que diz o Eclesiástico, 37: "Não vás consultar uma mulher sobre sua rival." Querendo dizer com isso ser inútil consultá-la, porque sempre haverá ciúme, ou seja, inveja, na mulher perversa. E se entre si assim se comportam as mulheres, muito pior será com relação aos homens".

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"S. Jerônimo, escrevendo sobre Daniel, conta=nos a história de Laodicéia, esposa de Antióquio, rei da Síria; enciumada, e para que seu esposo não amasse a Berenice, sua outra mulher, mais do que a si mesma, fez com que, primeiro, ele, Antióquio, assassinasse Berenice e sua filha para, depois, se envenear. E por quê? Porque não conseguindo refrear-se, acabou cedendo a seus próprios impulsos. Portanto, diz-nos S. João Crisóstomo, não sem razão: "Ó! Mal pior que todos os males, o da mulher perversa, seja rica ou seja pobre. Pois se é muler de um homem rico, não cessa noite e dia, de excitá-lo com picardias, usando de adulações maléficas, de importunações violentas. Mas se é mulher de homem pobre, não cessa de instigá-lo ao ódio e à briga. E se é uma viúva, aonde vai fica a desprezar a todos, inflamada em sua astúcia pelo espírito do orgulho.""

"Se perquirirmos devidamente vamos descobrir que quase todos os reinos do mundo foram derrubados por mulheres. Tróia, cidade próspera, foi, pelo rapto de uma mulher, Helena, destruída e, assim, assassinados milhares de gregos. O reino dos judeus padeceu de muitos flagelos e de muita destruição por causa de Jezebel, a maldita, e de sua filha Atália, rainha de Judá, que causou a morte dos filhos de seu filho para que pudesse reinar; e cada um deles foi assassinado. O império romano sofreu penosamente nas mãos de Cleópatra, a Rainha do Egito, a pior de todas as mulheres. E assim com muitas outras. Portanto, não admira que hoje o mundo padeça em sofrimento pela malícia das mulheres."

Malleus Malleficarum, Questão VI: Sobre as Bruxas que copulam com Demônios / Por que principalmente as Mulheres se entregam às Superstições Diabólicas, Páginas 112 a 119; 10ª Edição; Editora Rosa dos Tempos.

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